No próximo sábado, dia 04 de fevereiro, é o Dia Mundial do Câncer, doença que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), registrará 20 milhões de novos casos no mundo até o ano de 2025. No Brasil, a estimativa é que 600 mil novos casos sejam registrados até o final do biênio 2016/2017. Muitas são as preocupações para quem recebe o diagnóstico de um dos tipos da doença e enfrentar os efeitos colaterais do seu tratamento é uma das tarefas mais árduas. No entanto, estudos indicam que praticar atividade física, além de contribuir para a prevenção de até 30% dos casos de câncer, também traz inúmeros benefícios durante o tratamento, garantindo uma melhor qualidade de vida às pessoas.
Isso acontece porque, pacientes oncológicos que praticam atividade física regularmente aumentam a sua força muscular e a sua capacidade funcional, controlam o peso e reduzem a fadiga, fatores que contribuem, também, para a elevação da auto-estima e do humor, explica o educador físico Romildo Rios, da rede Hammer Fitness Club. “A atividade física regular também colabora para a redução dos níveis de estresse e para o aumento da defesa imunológica”, ressalta Rios.
Estando o paciente apto a praticar exercícios físicos, seu programa de treino deve ser elaborado com base naquilo que seja seguro, agradável e eficaz, respeitando sempre o limite do aluno e as orientações passadas pelo médico que o acompanha, explica Romildo Rios. “É importante salientar que para que a prática seja benéfica às pessoas em tratamento do câncer, ela precisa ser orientada por um profissional qualificado e ter indicação médica”, destaca o educador físico.
De acordo com a oncologista Renata Cangussú, do NOB - Núcleo de Oncologia da Bahia, pacientes com câncer e que praticam exercícios físicos tiveram menos fadiga, depressão, náuseas e vômitos. “Os exercícios físicos ajudam os pacientes a se sentirem melhor através da diminuição dos efeitos colaterais, podendo contribuir para a redução do tempo de recuperação do tratamento oncológico”, diz a médica.
Segundo ela, a indicação médica para a prática de exercícios durante o tratamento do câncer deve levar em conta a avaliação individual de cada paciente. “Se o mesmo estiver em condições físicas adequadas, a prática de exercícios não só pode, como deve ser estimulada, como forma de melhorar a auto-estima e a qualidade de vida”, diz.
Para a oncologista, embora a relação entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, os dados obtidos até aqui são tão contundentes que todas as pessoas devem ser motivadas a se exercitarem com regularidade. “Sabemos que mudar estilo de vida às vezes não é fácil, exige disciplina e perseverança. Porém, os ganhos na saúde física e mental, assim como a melhora da qualidade de vida são imensuráveis”, ressalta Renata Cangussú.