Vivemos um contexto existencial cada vez mais estressante. A cada dia encontro mais pacientes em meu consultório cuja maior queixa é o elevado nível de estresse. Muito sofrimento, inadaptação social e escolhas equivocadas. Podemos definir o estresse como uma reação descompensada e desorganizada do organismo biopsicosocial diante do excesso de estímulos vindos do meio.
Os principais sintomas são: ansiedade, depressão, somatizações, irritabilidade, problemas sexuais, problemas do sono e falta de concentração. Essas sintomatologias atrapalham muito o dia a dia do indivíduo e compromete sobremaneira sua qualidade de vida. Todos nós possuímos um limite para lidar com as cobranças e pressões da realidade, cuja linha não pode ser ultrapassada, sob o risco do colapso de nossa saúde física e emocional.
Muitas vezes a origem do estresse é real. Vemos muito isso em estudantes do ENEM, concurseiros, famílias com um membro doente ou desempregado, mulheres que são mães e profissionais ao mesmo tempo ou trabalhadores de atividades periculosas. Ou seja, pessoas sob alto nível de cobranças e tendo de administrar muitos papéis ao mesmo tempo, com uma sobrecarga de responsabilidades. Entretanto, muitas vezes o estresse é imaginário! É fruto de nossos medos, autocobranças e inseguranças, sem uma contrapartida na realidade concreta.
Por exemplo, um aluno tem medo de falar em público e tem um seminário para apresentar ou um indivíduo perfeccionista que se cobra além da conta para realizar uma tarefa na universidade ou no trabalho. Não há uma cobrança real compatível com o nível de ansiedade associada à situação. É tudo fruto da nossa própria cabeça!
A melhor maneira de superar esse sofrimento é gerenciar de modo maduro e consciente as próprias escolhas. Para prevenir o estresse real deve-se aprender a dizer não e evitar a sobrecarga. Seja mais seletivo nas suas atividades e não queira fazer tudo o tempo todo ao mesmo tempo. É imprescindível também “botar para fora” o que incomoda e se abrir com amigos de confiança. Deve-se também realizar atividades físicas regularmente, buscar um hobby prazeroso, evitar trabalhar/estudar nos finais de semana (aproveitar o tempo livre para descansar e não para novos encargos, tipo lavar o carro e arrumar o armário) e ter uma vida social criativa.
Já o estresse imaginário pode ser combatido quando passamos a nos cobrar menos. Evite uma vida competitiva, se comparar com todo mundo e querer ser como os outros se mostram no facebook e instagran. Lembre-se: busque uma vida simples e rica qualitativamente! Sucesso é ter o que se quer, mas FELICIDADE é gostar do que se tem! Quem quer tudo e corre atrás do sucesso, se estressa. Quem curte a vida e sabe “degustar” cada experiência existencial no timing correto, é feliz!
